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04/06/2016 às 12h40min - Atualizada em 04/06/2016 às 12h40min

O fanatismo religioso e o reacionarismo político andam de mãos dadas no Brasil

Marcus Robson Filho

Temos assistido no Brasil, na última década, mais precisamente, a uma presença cada vez mais marcante de pastores, sacerdotes e missionários evangélicos na cena política. Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP -, existem hoje, no Congresso Nacional, cerca de 80 (oitenta) evangélicos com cargos eletivos.

A atuação da maioria desses parlamentares (evidentemente que não são todos) tem se notabilizado por um discurso reacionário, que inclui a defesa da redução da maioridade penal, a não concessão de direitos a determinado setores de nossa sociedade, tais como negros, mulheres, homossexuais, lésbicas, dentre outros, bem como supressão de Direitos conquistados nas últimas décadas no Brasil por esses mesmos setores.

Esses parlamentares, por sua formação religiosa, mantêm uma estreitíssima relação com os pastores de suas igrejas, quando não são eles mesmos, deputados e senadores, pastores de suas igrejas, como ocorre no caso dos pastores Marcos Feliciano e Everaldo e do bispo Marcelo Crivela. O fanatismo religioso desses políticos/sacerdotes, inspirado em verdadeiros estelionatários da fé alheia, tais como os bispos Edir Macedo, Valdemiro Santiago e Silas Malafaia, acaba por engendrar um conjunto de teses reacionárias, tudo muito bem justificado por uma interpretação fundamentalista, preconceituosa e oportunista dos dogmas religiosos.

Apenas para darmos uma noção o quão são reacionárias e intolerantes as teses preconizadas por parte significativa da assim chamada “bancada evangélica”, avultamos que são desses parlamentes a proposta de incluir o criacionismo e excluir todos os conteúdos relacionados às religiões de matriz africana e indígena da Base Nacional Comum Curricular.

Malafaia, Edir Macedo, Valdemiro Santiago, Marcos Feliciano, Eduardo Cunha, Garotinho, Marcelo Crivella, Magno Malta são todos faces de uma mesma moeda e compõem um quadro de parlamentares e sacerdotes fundamentalistas, fanáticos e reacionários que vociferam preconceitos, que pregam o medo, ludibriando as pessoas que decidem segui-los em suas igrejas, e que, no parlamento, numa absoluta ofensa à laicidade do Estado brasileiro e ao pluralismo religioso, empunham as bandeiras da intolerância religiosa, da discriminação às minorias e do atraso.

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