É POSSÍVEL TESÃO PELO OUVIR?

Antes de fazer qualquer menção técnica ao espetáculo que João Calabar logo mais apresentará no mais tradicional palco de Alagoas, o glamouroso Teatro Deodoro, farei aqui um registro de como fiquei sabendo do trabalho deste artista, seu impacto sobre mim e o que ele representa para a continuidade da música brasileira após tantas valiosas perdas nos últimos tempos.

Indo direto aos fatos, um amigo meu, futuro jornalista Mackson Douglas, me apresentou umas canções e o perfil de João numa rede social. De início não dei muita importância, não a nível de desdém, mas pelos muitos afazeres. Mack insistiu e um dia arranjei um brevíssimo tempo entre aulas, escritas de livro e artigo, esculturas…ufa!

Arranjei um tempo e encontrei a Epifania perdida! A música, o canto, o jeito, olhar, a expressão do seu corpo, seus cabelos, o seu jeito blazé. A arte de Calabar realmente é a concretude utópica que poucos artistas conseguem, algo atingindo seus sentidos e te levando a um encontro particular. O seu todo é um perfeito conjunto próprio, peculiar, sutil, minimalismos forte e pujante que toma conta e invade você por todos os lugares. E a sensação não ouso descrever, apenas sugerir que ouçam-no. 

Não resisti e saí compartilhando as publicações dele entre artistas e amigos espalhados por todo o Brasil e as reações que eu queria colocar aqui - tentado estou - são impublicáveis de tão preciosistas que são as palavras. O que posso relatar é que querem o Calabar, querem o João e sua arte! Não percam João Calabar e sua EPIFANIA logo mais no Teatro Deodoro.

RELEASE

JOÃO CALABAR SOBE AO PALCO DO TEATRO DEODORO COM O SHOW “EPIFANIA”

Com a proposta do lançamento de “Epifania”, seu primeiro trabalho autoral, João Calabar sobe ao palco do Teatro Deodoro no dia 19 de julho às 19h com show homônimo ao seu EP. O espetáculo se origina a partir de quatro canções que compõem o trabalho do artista: Epifania, Urubus, Agouro e Matriz.

Na proposição de revelar o universo da formação artística de Calabar, enraizado entre Porto Calvo e Maragogi, extremo norte de Alagoas, o EP traz ainda em sua narrativa episódios que correspondem não apenas à gênese do artista, mas também ao seu êxodo à São Paulo, momento elementar para a sensibilização do seu olhar ao lugar de origem.

Assim, o show, traz a face da nova MPB alagoana com um repertório que estabelece o diálogo entre a supracitada gênese e o êxodo artístico de Calabar a partir de suas canções autorais e evolui com a tradução da sua perspectiva de mundo através de interpretações e releituras de artistas como Djavan, Milton Nascimento, Alceu Valença, Caetano Veloso, Jards Macalé e outros.

Com classificação indicativa livre para todos os públicos, o show – que também será gravado para posterior lançamento nas plataformas digitais como “Epifania Ao Vivo no Teatro Deodoro” – tem duração de duas horas e conta com direção artística de João Calabar e Caio Ricardo, professor de teatro e artes no Instituto Federal de Alagoas - Campus Maragogi. A direção musical é de Kleber Rafael e Bosco Silva, que também sobem ao palco como músicos acompanhantes na guitarra e violão, respectivamente. Ainda fazem composição à banda Tharley Lima no baixo, Neto Alves na bateria, Ely Rodrigues nos saxofones, Siqueira Lima no trompete e Edson Santos no trombone.