30/10/2018 ร s 08h46min - Atualizada em 30/10/2018 ร s 08h46min

UM OUTRO DIA 1ยบ DE ABRIL PARA

 
UM OUTRO DIA 1º DE ABRIL PARA A NOSSA HISTร“RIA
 
Por Marcus Robson Filho.
 
“A histรณria se repete, a primeira vez como tragรฉdia e a segunda como farsa”
(Karl Marx, Dezoito Brumรกrio de Louis Bonaparte, 1852).
 
No dia 1º de abril de 1964, guarniรงรตes do Exรฉrcito Brasileiro tomaram as ruas dos Estados de Minas Gerais e no Rio de janeiro. Aqueles acontecimentos indicaram o inรญcio de um golpe de Estado, que rompeu com o regime democrรกtico e deflagrou uma ditadura civil-militar no Brasil nefanda, que durou por longos vinte e cinco tenebrosos anos.
Como em um repetiรงรฃo da histรณria na noite de 28 de outubro de 2018, militares do Exรฉrcito desfilaram em Niterรณi - RJ entre apoiadores de Bolsonaro. Os carros militares nas ruas foram acompanhados de militares aplaudindo eleitores de Jair Bolsonaro. Existem pontos de similitudes entre aquele 1º de abril de 1964 e a noite do dia 28 de outubro, revelando, em primeiro lugar, que o Estado brasileiro, suas elites e a sua classe mรฉdia sempre se compadeceram com um discurso e uma prรกtica autocrรกtica.
Aquele dia 1º de abril e os acontecimentos alhures situados marcavam um golpe de estado, uma ruptura democrรกtica, o desfecho de um processo que comeรงa com a assunรงรฃo de Joรฃo Goulart ร  presidรชncia da Repรบblica e as alianรงas firmadas entre o Presidente e as classes populares, o que foi suficiente para se fustigar uma campanha reacionรกria de perseguiรงรฃo ร  esquerda e em defesa da famรญlia, de Deus e da Pรกtria.
A noite do dia 28 de outubro de 2018, por sua vez, marca designadamente o desfecho de um processo que comeรงou com o golpe jurรญdico-parlamentar de 2016 e conta com ingredientes muito parecidos com os que foram vistos naquele 1º de abril, porquanto hoje tambรฉm se fala no combate ao comunismo, na defesa dos valores da famรญlia, de Deus e da pรกtria.
Com efeito, tanto lรก quanto aqui, unem-se em torno dessas bandeiras a elite econรดmica, a classe mรฉdia e franjas dos setores precarizados, estes รบltimos, coagidos e convencidos de que as ideias das elites sรฃo universais, sem se darem conta de que nรฃo hรก ideias em comum entre eles e as elites. Essas bandeiras serviram de mote para uma vitรณria, em primeiro lugar, do capital, mas tambรฉm daquele mesmo discurso autoritรกrio que sempre seduziu nossas elites e nossas classes mรฉdias.  
Daqui por diante, como lรก naquele 1º de abril, sรณ nos resta a resistรชncia ao que virรก de ataques ร  democracia e aos Direitos Humanos Fundamentais.
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