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25/11/2021 às 18h59min - Atualizada em 25/11/2021 às 18h59min

TRAVESSIA: CIDADES QUE PROMOVAM SAÚDE MENTAL.

Primeiros passos

Tereza Tenório TRAVESSIA: Cidades que promovam Saú

Tereza Tenório TRAVESSIA: Cidades que promovam Saúde Mental.

TRAVESSIA: Cidades que promovam Saúde Mental.

Tereza Cristina
Eis que ouso fazer uma travessia dos meus pensamentos e dos textões nas redes sociais para artigos numa coluna de Jornal. Que desafio! Intitulo a mesma de TRAVESSIA: CIDADES QUE PROMOVAM SAÚDE MENTAL. Fico então pensando sobre o que quero expor, compartilhar e refletir com os leitores e algumas ideias me vem à mente. Primeiro não quero palavras ou textos requintados que não sejam acessíveis para algumas pessoas. Sempre critiquei aqueles profissionais, ativistas e/ou professores universitários que se perdem no caminho da vinculação com os usuários e seus familiares quando se colocam numa relação vertical, impondo seu conhecimento técnico e teórico acima de tudo na relação de cuidado. Acredito que saúde mental é de grande complexidade e falar sobre isso traz uma enorme responsabilidade. Então pretendo que a nossa travessia por aqui seja simples e clara, direcionando o olhar sobre as políticas públicas tão necessárias a uma cidade que promova saúde mental. Refletindo sobre as questões da nossa Rede de Atenção Psicossocial e sobre a vida das pessoas na luta para conseguir acesso e acolhimento nos serviços de saúde. Quando penso em travessia, faço várias reflexões; penso nos usuários dos serviços de saúde mental que precisam fazer uma caminhada para sair das bolhas que os serviços muitas vezes se tornam e os colocam dentro por anos, bolhas essas que protegem, mas limitam a autonomia. E, embora sejam antimanicomiais em sua essência, oferecem um cuidado que não favorece o protagonismo das pessoas, muito menos a liberdade. Reflito também sobre a árdua travessia das pessoas internas nos hospitais psiquiátricos, por longos anos, para as novas moradias e formas de cuidado nas residências terapêuticas. Sinto pelos que ainda não conseguiram sair dos portões manicomiais para iniciarem a travessia pela retomada de seus direitos. Penso sobre os gestores da política de saúde e saúde mental que precisam ousar e ter coragem para efetivar mudanças, pois o marasmo histórico fazendo o mesmo de sempre, o olhar limitado sobre os serviços e o medo de derrubar muros prejudicam a ampliação e fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial. Não temos mais tempo para estratégias de gestão que só fazem maquiagem nos planejamentos e nos relatórios de gestão. É preciso ousar nas metas! Abraço o desafio e me atrevo a escrever sobre saúde mental como uma andarilha nos caminhos do cuidado no SUS ao longo de mais de vinte anos. Inquieta perante injustiças que as pessoas em sofrimento mental sofrem diariamente, não porque as observo de longe, mas porque faço parte como usuária, família e profissional. Reflito muito sobre como fazer as cidades promoverem saúde mental, buscando contribuir para que a sociedade realize a travessia entre o desejo de segregar pessoas em sofrimento mental para a realidade de garantir o direito à cidade e ao cuidado em liberdade. São muitas reflexões e a caminhada é longa, mas necessária. Então sigamos fazendo reflexões sobre promoção de saúde mental nas cidades nos artigos seguintes ...
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