A Procuradoria Geral do Estado (PGE) encaminhou um pedido ao desembargador do Tribunal de Justiça (TJ) Alcides Gusmão, - relator do processo que trata do direito de greve dos policiais civis, - requerendo a prisão do presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL), Josimar Melo, bem como o desconto salarial de R$ 500 por dia de greve a cada policial.
A Procuradoria também solicitou à Justiça a retenção do repasse dos valores ao Sindpol como maneira de garantir uma multa diária de R$ 200 mil. O movimento grevista se intensificou nesta semana.
Para o Sindpol, a ação da PGE demonstra que o Estado, diferentemente do que propaga e publiciza, não tem intenção de compor e achar uma solução justa para os policiais civis. "É exatamente o contrário. Coage, afronta o sindicato e cada policial civil do estado de Alagoas. Isso é inaceitável, governador Renan Filho. A prisão do dirigente e a coação financeira de cada policial civil não se coadunam com os direitos fundamentais e republicanos do vigente Estado Democrático de Direito", revela a diretoria do Sindpol.
O pedido de ilegalidade da greve dos policiais civis foi feito pelo delegado geral, Paulo Cerqueira, à PGE. A entidade reforça que continuará na luta por melhores condições de trabalho e melhorias nos salários, de forma a "garantir a verdadeira segurança de cada alagoano e alagoana".
Greve
Em greve há quase três semanas, os agentes e escrivães decidiram, nessa sexta-feira (6), acampar em frente à Central de Flagrantes I, localizada no bairro do Farol. Os policiais alegam que foram "traídos" pelo governador Renan Filho (PMDB) - já que o chefe do Executivo teria recuado de proposta ofertada ao servidores, o que ele nega, - e cobram o cumprimento de um acordo celebrado em audiência que contou com a presença do presidente do Tribunal de Justiça (TJ/AL), Washington Luiz
De acordo com Jânio Vieira, conselheiro e fiscal do sindicato, a expectativa da categoria é permanecer à porta da Central até a próxima quarta, quando os servidores farão uma nova assembleia geral para definir os rumos do movimento.
Os agentes cobram, além de melhores condições de trabalho, a revisão do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) e a remuneração de 60% do piso de delegado de polícia, cujo salário inicial é de R$ 14 mil. O reajuste no vale-alimentação e a construção do prédio-sede da Academia de Polícia Civil de Alagoas (Apocal) também estão entre as reivindicações.