RIO — Na lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ontem para o Supremo Tribunal Federal (STF), aparece mais um ministro do governo de Michel Temer: Marcos Pereira (PRB) da pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, além do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). O Jornal Nacional divulgou nesta quarta-feira novos nomes de políticos que foram alvo do pedido de abertura de inquérito da PGR após a delação de 78 ex-executivos da Odebrecht.
Segundo o Jornal Nacional, além de Pezão, também estão na lista os governadores Renan Filho (PMDB-AL), Fernando Pimentel (PT-MG) e Tião Viana (PT-AC) e Beto Richa (PSDB-PR). Eles são suspeitos de movimentar recursos recebidos da Odebrecht e não devidamente declarados à Justiça Eleitoral.
O procurador-geral também pediu a abertura de inquérito sobre os senadores: Lindbergh Farias (PT-RJ), Jorge Viana (PT), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Lídice da Mata (PSB-BA).
Entre os deputados, Marco Maia (PT-RS), Andrés Sanches (PT-SP), Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Paes Landim (PTB-PI) também estão na çosta de Janot.
Entre os que não possuem foro privilegiado estão: o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-governador Sérgio Cabral, o deputado cassado Eduardo Cunha, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira; o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o prefeito de Araraquara e ex-ministro, Edinho Silva, e o ex-assessor de Dilma Anderson Dornelles.
A lista inclui políticos de ao menos oito partidos. Já são conhecidos 14 nomes do PMDB, partido do presidente Michel Temer. O PT têm 11 nomes na lista, e o PSDB, seis. O DEM tem dois filiados na listagem. Até a noite de quarta-feira, são conhecidos os nomes de um filiado de PSD, PRB, PSB e PTB.
OUTRO LADO
Os políticos negam envolvimento com a Lava-Jato. O ministro Marcos Pereira disse que está "à disposição" e que PRB teve contas aprovadas. Pezão disse que desconhece o teor do pedido de inquéito, afirmou que Janot já pediu o arquivamento de outro inquérito e que está "à disposição".
Aleluia, Paes Landim, Renan Filho, Beto Richa Paulo Skaf e Tião Viana disseram que só receberam doações legais e que todas foram declaradas.
Marco Maia disse que desconhece as acusações, que repudia a "divulgação seletiva" e que só recebeu contribuições legais. Andrés Sanchez disse que não existem provas contra ele e negou as acusações.
A defesa de Cabral disse que só vai se manifestar quando for comunicada oficialmente. Lúcio Viera Lima, Geddel, Pimentel e Tião Viana não quiseram comentar.
A defesa de Eduardo Cunha declarou que as delações da Lava-Jato "não têm sido amparadas em provas".Lídice da Mata afirmou que não recebeu comunicado oficial e confia que tudo será esclarecido. Lindbergh disse que confia que as investigações vão esclarecer e que o arquivamento será o único desfecho possível.
Duarte Nogueira disse que vê os pedidos de investigação com "naturalidade" e que as contas de campanha foram aprovadas. E Edinho Silva disse que sua conduta como tesoureiro da campanha se deu "dentro da legalidade e de forma ética".
O Globo