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06/05/2019 às 18h54min - Atualizada em 06/05/2019 às 18h54min

Ex-comandante do Exército chama Olavo de 'Trótski de direita' e critica ataques

O Fato com Agências
REDES SOCIAIS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas usou as redes sociais para responder ataques feitos aos militares pelo escritor Olavo de Carvalho, a quem se referiu como "Trótski de direita". "Mais uma vez o senhor Olavo de Carvalho a partir de seu vazio existencial derrama seus ataques aos militares e às Forças Armadas demonstrando total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e modéstia", escreveu. pic.twitter.com/S9qHRePOos — General Villas Boas (@Gen_VillasBoas) 6 de maio de 2019 Ele seguiu a publicação, feita na manhã desta segunda-feira (6) nas redes sociais dizendo que Olavo é um "verdadeiro 'trótski de direita' , não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas brasileiros", escreveu. Macaque in the trees Olavo de Carvalho (Foto: Reprodução de TV) Olavo, considerado o guru da nova direita e influenciador dos pensamentos do governo de Jair Bolsonaro, tem feito constantes ataques aos militares em vídeos e publicações nas redes sociais. Inicialmente, as críticas foram dirigidas ao vice-presidente, general Hamilton Mourão, e mais recentemente passaram a atingir o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz. Desde que deixou o comando do Exército, em janeiro, Villas Bôas passou a ocupar o cargo de assessor especial do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), comandado pelo general Augusto Heleno, um dos mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro. Villas Bôas conta com forte respaldo dos militares e foi apontado pelo próprio Bolsonaro como um dos responsáveis por sua vitória nas urnas. "General Villas Bôas, o que já conversamos ficará entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui", disse o presidente em um discurso público dois dias depois de ter tomado posse. Ainda na publicação feita pelo Twitter, o general disse que Olavo "age no sentido de acentuar as divergências nacionais no momento em que a sociedade brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o país". Segundo ele, o escritor escolheu os militares como alvo "por sua impotência diante da solidez dessas instituições e a incapacidade de compreender os valores e princípios que as sustentam". O ponto mais recente da discórdia entre Santos Cruz e Olavo se deu em torno das redes sociais. O ministro concedeu entrevista no início de abril à rádio Jovem Pan na qual comentou sobre a necessidade de evitar distorções nas redes sociais. Ele afirmou ainda que a influência das mídias sociais é benéfica, mas também pode "tumultuar". Para ele, é necessário ter cuidado com a sua utilização, evitando ataques e o seu uso como "arma de discórdia". No fim de semana, Olavo foi explícito ao endereçar as críticas ao auxiliar do presidente por sua declaração. "Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu merda", escreveu. A comunicação do Palácio do Planalto tem sido palco desde o início do governo de uma disputa entre o núcleo militar e os chamados "olavistas", seguidores do escritor. A Secom (Secretaria de Comunicação Social) é subordinada a Santos Cruz. No domingo (5), Bolsonaro usou o Twitter para se manifestar sobre o caso e disse que não pretende regulamentar nem os veículos de comunicação nem as mídias sociais. Em mensagem publicada em sua conta oficial, ele escreveu que recomenda "um estágio na Coreia do Norte ou em Cuba" para quem defender uma espécie de controle do conteúdo divulgado. "Em meu governo, a chama da democracia será mantida sem qualquer regulamentação da mídia, aí incluída as sociais. Quem achar o contrário recomendo um estágio na Coreia do Norte ou Cuba", afirmou. OLAVO X MILITARES RELAÇÃO FAMILIAR Bolsonaro conheceu Olavo de Carvalho a partir de seus filhos, que são admiradores do escritor. Em março, durante a viagem presidencial aos EUA, Bolsonaro, Eduardo e Olavo estiveram em um jantar na residência oficial do embaixador do Brasil em Washington INDICAÇÕES PARA O GOVERNO Apontado como guru de Bolsonaro, Olavo foi responsável pela indicação de dois ministros: Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Vélez Rodríguez, demitido do MEC no início do mês CONFLITOS COM MILITARES Olavo tem feito críticas públicas à atuação dos militares no governo Bolsonaro, o que inclui o vice-presidente, Hamilton Mourão, e já pediu a seus ex-alunos que deixem o governo. A disputa entre olavistas e membros das Forças Armadas chegou a travar as atividades do MEC e culminou na demissão de Vélez VÍDEO APAGADO Em abril, um vídeo em que Olavo criticava os militares foi postado no canal oficial de Bolsonaro no YouTube, mas a publicação foi apagada. Um dia depois, Mourão disse que Olavo deveria se limitar à "função de astrólogo", e Bolsonaro afirmou que as críticas do escritor não contribuem com o governo Folhapress
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