BRASILIA - O juiz Sergio Moro , responsável pela Lava-Jato , tem um prazo de 15 dias para apresentar ao corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ ), ministro Humberto Martins , explicações sobre a divulgação de parte da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci . O caso corre em sigilo no conselho.
Os deputados federais petistas Paulo Pimenta (RS), Wadh Damous (RJ) e Paulo Teixeira (SP) apresentaram, no início desta semana, pedido de abertura de um procedimento administrativo disciplinar contra o magistrado. Eles pedem uma punição compatível, que pode ser censura, pena mais branda, até aposentadoria compulsória, a punição máxima.
Para o líder do PT, “o ato de Sergio Moro é ataque gravíssimo ao processo eleitoral e à democracia”. Ele argumenta que o ex-ministro não apresentou “nenhuma prova” e a divulgação procura tumultuar o processo eleitoral.
Na delação premiada que foi tornada pública, Palocci afirmou que o PT gastou R$ 1,4 bilhão, mais do que o dobro dos valores declarados à Justiça Eleitoral , nas duas últimas campanhas presidenciais para eleger Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. Segundo o ex-ministro, as campanhas foram largamente abastecidas com caixa dois.
Ainda segundo o ex-ministro, a “ilicitude das campanhas” começava nos “preços elevadíssimos que custam”. “Ninguém dá dinheiro para as campanhas esperando relações triviais com o governo”, afirmou ele, que prossegue: “As prestações regulares registradas no TSE são perfeitas do ponto de vista formal, mas acumulam ilicitudes em quase todos os recursos recebidos”.