SÃO PAULO - Um vídeo postado em redes sociais levou um policial militar de São Paulo a pedir afastamento médico da corporação na última sexta-feira, dia 29. O PM Leandro Prior, de 27 anos, foi gravado dando um "selinho" em outro homem no metrô na capital paulista - nas imagens, ele aparece fardado dentro de um vagão da Linha 3. O vídeo viralizou na internet e gerou uma onda de críticas e ameaças homofóbicas contra o policial. “Acabaram com a minha vida. Hoje estou afastado, passei no médico. Não é só a homofobia o problema, é mais grave que isso, estou sofrendo ameaças de morte”, disse ele ao portal G1.
Há quatro anos na Polícia Militar, Leandro está internado em uma clínica de repouso desde sábado. Em várias postagens em suas contas de redes sociais, ele costuma manifestar o amor ao trabalho na corporação. Agora, diz ter medo de que a divulgação do vídeo atrapalhe sua carreira.
Segundo o G1, o advogado do soldado, José Beraldo, disse que Leandro é vítima de crime de ódio, e que registrará um boletim de ocorrência. Em paralelo, se buscam pistas sobre o autor do vídeo e as pessoas que estão ameaçando o PM de morte. O advogado também pede que o vídeo seja retirado da internet.
Em nota, a Polícia Militar informou que “o policial procurou o serviço médico da instituição e foi encaminhado para tratamento de saúde, por isso está afastado". A corporação afirmou ainda que as ameaças feitas ao PM pelas redes sociais, com conotoção homofóbica, estão sendo apuradas.
"Além da investigação, a instituição colocou à disposição do policial militar medidas protetivas, por meio da Divisão PM Vítima, da Corregedoria. Criada em 1983, a Divisão tem como objetivo apurar crimes cometidos contra policiais militares e dar apoio às vítimas", diz o texto da nota.
Ao mesmo tempo, a corporação afirma que apura a conduta do policial sob o aspecto administrativo, uma vez que "demonstra postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado, que exigem que esteja alerta”.
Segundo o advogado de Leandro, a expectativa é que ele se recupere das agressões e retorne ao trabalho.