SÃO PAULO — Quarenta e quatro pessoas seguem desaparecidas após o incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo. O número inclui o homem que despencou da altura do oitavo andar no momento em que começava a ser resgatado pelos bombeiros e o prédio foi abaixo.
A Prefeitura de São Paulo informou que está prestando assistência a 118 famílias desabrigadas e que colocou à disposição 107 abrigos para receber os desalojados. Os moradores, no entanto, se mantém nos arredores do edifício. A maioria se recusa a ir para abrigos, pois esperam que as autoridades apresentem uma solução definitiva de moradia. O prefeito Bruno Covas prometeu em 48 horas apresentar uma lista com todos as vítimas para o governo do Estado para que elas comessem a receber o aluguel social. No primeiro mês, o valor é de R$ 1200 e depois o auxílio passa a ser de R$ 400.
Como as pessoas resistem em deixar o local, a Prefeitura prometeu que atenderá as famílias com alimentação, roupas e segurança durante toda a noite. Além disso, prometeu auxiliar desabrigados na retirada de nova documentação, já que a maioria abandonou o prédio às pressas, deixando dentro todos os seus pertences.
No fim da tarde, o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros afirmou que, nas próximas 48 horas, a corporação ainda não vai mexer na estrutura do prédio. A estratégia dos bombeiros é, nos dois primeiros dias, fazer a limpeza do local, mas sem atuar diretamente na estrutura do edifício para evitar novos colapsos de material.
– Em 48 horas, não vamos mexer na parte estrutural, só limpeza no entorno do local. É necessário fazer esse tipo de atuação, porque se não fizer, uma retroescavadeira pode bater lá dentro e afetar as estruturas – afirmou Palumbo.
Desde a madrugada, 170 bombeiros e 47 viaturas passaram por lá. No momento, há 96 bombeiros e 30 viaturas trabalhando.
Palumbo ainda ressaltou que os assistentes sociais da Prefeitura já cadastraram 320 pessoas das 118 famílias que viviam no local.
A busca por sobreviventes continua. Os bombeiros contarão com ajuda de cães farejadores e sensores de calor.
– Não entraremos com máquinas de remoção, pois pode haver gente com vida lá. Vamos seguir com essa estratégia - afirmou.
Palumbo estima que os bombeiros levem uma semana para limpar o local. Ele reforçou o pedido para que os moradores informem às autoridades sobre os desaparecidos, se conseguiram ou não deixar o prédio antes do desabamento.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a SPTrans vão liberar o tráfego de veículos a partir da 0h desta quarta-feira (02/05) nas avenidas São João e Ipiranga. Além disso, será invertido o sentido de direção da Rua Capitão Salomão, permitindo que os veículos que estão na Rua Conselheiro Crispiniano possam seguir na direção do Anhangabaú.Trânsito modificado
De acordo com a SPTrans, 24 linhas de ônibus que circulam pela região terão os itinerários desviados. Juntas, elas transportam cerca de 200 mil passageiros por dia.
A Avenida Rio Branco, nos dois sentidos, no trecho entre a Avenida Ipiranga e o Largo do Paissandu e a Rua Antônio de Godói permanecerão interditadas para que os órgãos responsáveis possam dar continuidade aos trabalhos. A previsão é que as alterações permaneçam por até 15 dias.