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13/04/2018 às 18h14min - Atualizada em 13/04/2018 às 18h14min

Inquérito sobre envolvimento de sua filha aumentam tensão de Temer

O Fato com JB

Após comandar a primeira reunião do novo ministério, no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer decidiu ir para São Paulo onde cumpriu uma agenda particular. Comentou-se, em Brasília, que Temer está preocupado com os rumos das investigações da Polícia Federal  no chamado Inquérito dos Portos, no qual ele é acusado de ter favorecido algumas concessionárias do Porto de Santos. Outro motivo de preocupação são os respingos da Operação Skala em sua filha Maristela Temer. 

Na passagem por São Paulo, o presidente tinha um jantar marcado previamente com um experiente formador de opinião, mas é quase certo que Temer tenha aproveitado a viagem para se encontrar com o advogado Antonio Mariz de Oliveira, que é seu amigo e quase assumiu o Ministério da Justiça logo após o impeachment de Dilma Rousseff.  “Sempre que vai a São Paulo, o presidente entra em contato com Mariz”, confirmou ao JB uma fonte do Planalto.

Integrante destacado da tropa de choque do governo, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou, logo após a reunião dos ministros, que Michel Temer é vítima de “mais um capítulo de perseguição”. Eis as palavras do fiel escudeiro do presidente: “A própria falta de cautela, a agressividade de alguns setores ao se referirem ao presidente, sem que prova alguma exista a corroborar as afirmações que fazem, no meu entender, eu vejo essa questão como mais um capítulo desta perseguição que se faz ao governo”. 

Logo após a reunião como o novo ministério, o presidente Michel Temer seguiu para São Paulo, onde cumpriu agenda estritamente pessoal, que não foi divulgada pelo Palácio do Planalto

Carlos Marun  referiu-se à reportagem da “Folha de S. Paulo” de ontem informando que a filha do presidente, a psicóloga Maristela Temer, teria recebido pagamento suspeito da mulher do coronel João Baptista Lima Filho, investigado pela Polícia Federal. O coronel chegou a ser preso pela PF no último dia 29 de março no âmbito da Operação Skala - que investiga favorecimento à empresa Rodrimar S/A por meio do Decreto dos Portos em maio de 2017. O coronel Lima é apontado como intermediário no pagamento de propinas das empresas beneficiadas. Ele foi solto em 1º de abril, após ser interrogado. 

Na noite de quarta-feira, o juiz Marcos Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, negou um pedido de prisão preventiva contra o coronel Lima e o advogados José Yunes, ambos amigos de Temer e denunciados pelo doleiro Lúcio Funaro na Operação Skala. “Nós temos que parar de ter essa visão de que o que fala o delator é a absoluta verdade. Tem delator falando tanta coisa que muita gente que parece boa estaria comprometida se tudo o que o delator falar for verdade”, declarou Marun, referindo-se às denúncias contra Lima e José Yunes. 

Durante a reunião ministerial, o ministro Marun usou sua intervenção para cobrar  mais empenho dos integrantes da base aliada na defesa do governo.  E transmitiu a todos o que considera a linha de ação ideal nessa antevéspera de campanha eleitoral. Eis os três mandamentos de Carlos Marun. Em primeiro lugar, afirmou o ministro, quem bater as portas do Palácio do Planalto pedindo verbas públicas  e tivwer a demanda atendida deve valorizar o papel do governo central, em lugar de esconder a fonte dos recursos. A seu ver, é importante ressaltar as boas ações do Executivo.  

Em sua segunda recomendação aos colegas, Marun ressaltou  que os  ministros também não devem cair no jogo dos candidatos da oposição que pedem verbas mas sabem de antemão que o pedido não se tornará realidade. “Só fazem isso com o objetivo de criticar o governo”. E finalmente deu seu terceiro recado para fortalecer a base de sustentação do governo: “Nos eventos nos estados, principalmente nas inaugurações  e nos lançamentos de projetos,  devem ser convidados todos os parlamentares da base aliada, sem distinção”.  

Em entrevista,  Carlos Marun afirmou que desistiu de entrar com um pedido de impeachment contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que incluiu Temer entre os investigados na caso do Decreto dos Portos. Foi Barroso também que autorizou a prisão dos amigos de Temer, a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Para ele, Barroso “tem desrespeitado a Constituição e deixado com que suas referências políticos partidárias se revelem nas suas decisões”. No mês passado, Marun disse que apresentaria um pedido de impeachment, na primeira sessão conjunta do Congresso. “Desisti (de apresentar o pedido) porque daria a impressão de que seria uma ação de governo. Não gostaria que isso acontecesse. Então estou reavaliando e não devo fazê-lo, pelo menos por enquanto.” (Com Agência Brasil)


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