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13/08/2015 às 18h13min - Atualizada em 13/08/2015 às 18h13min

Drama da procura de Davi parece que chegou ao fim

Exame de DNA vai comprovar se restos mortais são mesmo do adolescente

- O Fato com Agência GAZETA
Gazetaweb

O coordenador da Delegacia de Homicídios de Maceió, José Carlos, informou nesta quinta-feira (13) que o ponto onde um corpo foi encontrado no último sábado, na Serraria, coincide com as investigações do caso Davi Silva. Conforme o delegado, o inquérito aponta que a viatura da Polícia Militar (PM) passou pelo local no dia do crime.

De acordo com ele, as investigações realizadas pela Polícia Civil apontam que a guarnição da PM suspeita no crime saiu do Conjunto Cidade Sorriso, no Benedito Bentes, passou pela Serraria e chegou à região do Conjunto José Tenório, onde o corpo foi encontrado. O delegado destacou que as informações relativas ao corpo ainda são superficiais, de modo que a polícia, para identificá-lo, necessita de um exame de DNA.

“O local onde as equipes da polícia encontraram o corpo abrange uma área viável para a região em que corpo poderia ser abandonado. Diante dessas informações, é possível, sim, que o corpo seja do Davi. Porém, vamos aguardar a realização dos exames que o caso requer”, explicou o delegado.

O corpo que seria do adolescente de 17 anos foi encontrado no último sábado por uma guarnição do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE). As equipes das Perícia Oficial precisaram do auxílio do Corpo de Bombeiros para retirar o corpo do local, já que a região é de difícil acesso. Por meio de fotos e da vestimenta que trajava no dia em que foi abordado pela PM, os familiares afirmam que o corpo seria o de Davi.

Após levantamento da cena do crime, o delegado destacou que apenas a parte superior do corpo - encontrado em área de mata fechada, apresenta estado avanço de decomposição, o que chamou a atenção da Delegacia de Homicídios, assim como o fato de o corpo ter sido localizado dentro de um saco que continha uma corda.

“A parte superior nos leva a acreditar que o corpo está no local há algum tempo. Já a outra parte nos levantou certa desconfiança. Por isso, consultamos um legista, e ele apontou que a conservação do corpo seria possível mesmo após tanto tempo, a depender do local e das condições em que o mesmo foi abandonado. Ao constatarmos a possibilidade de o corpo ser de Davi, acionamos a família”, revelou o delegado.

Características

Já o delegado Cícero Lima informou, na manhã desta quinta-feira, à reportagem da Gazetaweb, que os restos mortais estavam enterrados com uma bermuda da marca 'Ciclone', vestes que são semelhantes a que Davi usava na ocasião em que sumiu.

Os restos mortais já foram recolhidos ao Instituto Médico Legal (IML) de Maceió para que a investigação tenha sequência. Os familiares de Davi da Silva, por sua vez, disseram à Gazetaweb que foram comunicados do achado nessa quarta-feira pela própria polícia.

Denúncia

Prestes a completar um ano do desaparecimento do adolescente, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou, na semana passada, os quatro militares do Batalhão de Polícia de Radiopatrulha (BPRP) por tortura seguida de morte e, ainda, ocultação de cadáver. No entendimento dos integrantes da 59ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, os policiais abordaram a vítima e, após torturá-la, levaram-na algemada na viatura para um local até agora desconhecido, onde foi assassinada.

Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Victor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade são os réus no processo que tramita na 14ª Vara Criminal da Capital – Auditoria Militar. Os militares estão afastados do policiamento ostensivo desde o fim do ano passado, quando foram acusados de sumir com o adolescente após uma abordagem no dia 25 de agosto, no Conjunto Carminha, no Benedito Bentes.

O MP decidiu pela denúncia com base nas provas testemunhais acostadas ao processo. As seis pessoas que foram interrogadas afirmaram ter presenciado a abordagem a Davi e mais um menor, também de 17 anos, considerado a testemunha principal do caso. O jovem disse que os policiais exigiram que os dois indicassem qual o paradeiro de um suspeito de tráfico da região e que teria repassado as bombinhas de maconha que eles escondiam.

De acordo com o processo, Davi era gago, ficou bastante nervoso e teve dificuldades para se expressar, sendo mal interpretado pelos integrantes da guarnição. Nayara, inclusive, foi a policial que teria perdido a paciência com o menor durante a revista.

Já o advogado dos PMs, Leonardo de Moraes, diz que apresentaria a defesa esta semana. Ele adiantou que há controvérsias no depoimento da testemunha-chave.


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