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21/04/2017 às 09h15min - Atualizada em 21/04/2017 às 09h15min

'Washington Post': Dilma teme ascensão de um Trump brasileiro

Ex-presidente compara Dória e Bolsonaro a presidente dos EUA

O Fato com JB

Em uma visita a Washington nesta semana, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff falou sobre os turbulentos últimos 12 meses. 

Em uma entrevista aos escritórios do The Washington Post, perguntaram a Dilma Rousseff se os brasileiros poderiam eleger seu próprio presidente equivalente a Donald Trump.

O jornal norte-americano publicou nesta quinta-feira (20) matéria onde conta como foi a conversa com a ex-presidente brasileira, deposta em 2016, após um longo processo de impeachment. 

O diário descreve a saga que completa um ano este mês, quando ocorreu a votação da Câmara de Deputados que aprovou iniciar um processo de impeachment contra Rousseff, alegando que ela manipulou as contas do governo antes das eleições de 2014. O que se seguiu, segundo ela, foi um "golpe parlamentar", onde ela foi finalmente retirada do cargo e substituída por seu vice-presidente, Michael Temer, cujo governo promulgou medidas de austeridade que são amplamente impopulares.

Em uma entrevista aos escritórios do The Washington Post, perguntaram a Dilma Rousseff se os brasileiros poderiam eleger seu próprio presidente equivalente a Donald Trump

Em uma entrevista aos escritórios do The Washington Post, perguntaram a Dilma Rousseff se os brasileiros poderiam eleger seu próprio presidente equivalente a Donald Trump

Em uma entrevista aos escritórios do The Washington Post, perguntaram a Dilma Rousseff se os brasileiros poderiam eleger seu próprio presidente equivalente a Donald Trump

Post acrescenta que Dilma Rousseff, de 69 anos, foi forçada a sair em meio a protestos acalorados contra o stablishment político do Brasil, mas a insatisfação e desilusão do público permanecem. 

Uma enorme investigação sobre corrupção implicou mais de 100 políticos de todo o país, incluindo figuras-chave da comitiva de Temer e de todos os cinco ex-presidentes vivos do Brasil, destaca Washington Post. 

O noticiário avalia que à medida que novas eleições presidenciais se aproximam, uma série de candidatos heterodoxos emergiram e ameaçam desvendar ainda mais o legado de centro-esquerda de Dilma e seu antecessor, o carismático Luiz Inácio Lula da Silva.

> > The Washington Post

"Há alguns anos eu teria dito que é impossível", disse Dilma Rousseff. "Agora eu posso dizer que é muito possível. Na verdade, posso apontar para algumas figuras semelhantes a Trump". 

O periódico afirma que Dilma Rousseff mencionou o recém-eleito prefeito de São Paulo, João Doria, um rico empresário que já apresentou o equivalente a "O Aprendiz". Apesar de pouca experiência política, Doria venceu na cidade mais populosa do Brasil, empregando sua habilidade de negócios na gestão da cidade. Rousseff também apontou para o político de extrema-direita Jair Bolsonaro, que publicamente elogiou Trump e é atualmente um dos front-runners em 2018, segundo pesquisas de opinião.

O Brasil, de acordo com Dilma Rousseff, está sob a influência de uma "tendência de direita" semelhante à da Europa e dos Estados Unidos, onde crises econômicas e crescente desigualdade alimentaram a raiva pelos políticos e estimularam a ascensão de populistas demagógicos.

Ela disse em enrevista ao Washington Post que sua própria gestão foi vítima tanto da precipitação tumultuada da crise financeira global, quanto do cinismo de seus opositores políticos. Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados do Brasil e político de direita, arquiteto do processo de destituição de Rousseff, foi sentenciado no mês passado a 15 anos de prisão por seu papel no vasto escândalo de corrupção "Lava Jato".

Em sua conversa com o Post, Dilma se defendeu dizendo que sua estratégia de orçamento manteve programas que ajudaram a retirar milhões de pessoas da pobreza e proporcionaram cuidados médicos a milhões de pessoas. Ela disse que sua relutância em cortar negócios com figuras como Cunha transformou-a em "uma mulher dura e insensível na política".

Ela não se diverte com a ascensão de figuras como Bolsonaro, membro do parlamento que infamemente votou para retira-la, entoando honra ao coronel do exército que presidiu a sua própria tortura e a brutalização e o desaparecimento de muitos outros esquerdistas, observa o vespertino. Ela disse que a raiva atual em relação ao status quo político - o mesmo sentimento que impulsiona o apoio de Bolsonaro - é perigoso.

 "Quando um governo se torna irrelevante, a política torna-se irrelevante", disse Rousseff. 


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