O Fato Publicidade 1200x90
17/12/2016 às 02h54min - Atualizada em 17/12/2016 às 02h54min

Pastor Silas Malafaia é alvo de ação da PF contra fraude em royalties

Operação Timóteo cumpre diversos mandados em 11 estados e no Distrito Federal

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (16) a Operação Timóteo, com ações em 11 estados e no Distrito Federal. Entre os investigados está o pastor Silas Malafaia, que teria participado da lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. Suspeito de emprestar contas da instituição dele para ocultar dinheiro, ele é alvo de um mandado de condução coercitiva. 

A PF aguarda que Malafaia se apresente. Por meio de seu perfil na rede social Twitter, Malafaia disse que foi acordado na manhã desta sexta por um telefonema que informava que a corporação havia estado em sua casa. “Estou em São Paulo e vou me apresentar".

>> Alvo de operação da PF, pastor Malafaia diz que não é bandido

Em outra publicação, ele alegou que recebeu um cheque no valor de R$ 100 mil de um amigo também pastor. “Não sei e não conheço o que ele faz. Tanto é que o cheque foi depositado em conta. Por causa disso sou ladrão?”, questionou. “Quer dizer que, se alguém for bandido e me der uma oferta, sem eu saber a origem, sou bandido?”.

O pastor classificou a condução coercitiva como uma tentativa para desmoralizá-lo. “Não poderia ter sido convidado a depor? Vergonhoso”, escreveu. “Será que a Justiça não tem bom senso? Pra saber que eu recebi um cheque de uma pessoa e isso me torna participante de crime? Estou indignado".

Malafaia é suspeito de emprestar contas da instituição dele para ajudar a ocultar dinheiro

Malafaia é suspeito de emprestar contas da instituição dele para ajudar a ocultar dinheiro

Malafaia é suspeito de emprestar contas da instituição dele para ajudar a ocultar dinheiro

São realizadas buscas e apreensões em 52 endereços relacionados a uma organização criminosa investigada por esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. “Entre uns dos investigados por esse apoio na lavagem do dinheiro está uma liderança religiosa, que recebeu valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é se esse líder religioso pode ter 'emprestado' contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência, com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores”, informou a PF.

Além das buscas, 300 policiais cumprem ainda 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões. As ações ocorrem na Bahia, no Distrito Federal, em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, no Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Sergipe e no Tocantins.

Marco Antônio Valadares Moreira, responsável pela Diretoria de Procedimentos Arrecadatórios do DNPM, e a esposa foram presos. 

De acordo com a corporação, a Justiça Federal determinou também que os municípios envolvidos se abstenham de realizar quaisquer ato de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.

As provas recolhidas, de acordo com a PF, devem detalhar como funcionava o esquema em que um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), "detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties", oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos em empresas de exploração mineral.

Até onde a Polícia Federal conseguiu mapear, a organização criminosa investigada se dividia em pelo menos quatro grandes núcleos:

- o núcleo captador, formado por um diretor do DNPM e sua esposa, que fazia a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema;

- o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos;

- o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema;

- e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.”

A Operação Timóteo teve início em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que indicava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas essa autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

A ação é batizada de "Operação Timóteo", em referência à passagem do livro Timóteo, da Bíblia: "Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição".

Com 'Agência Brasil'


Link
Notícias Relacionadas »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp