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07/04/2017 às 10h52min - Atualizada em 07/04/2017 às 10h52min

Putin: Ataque dos EUA à Síria é agressão a um Estado soberano

Bombardeio contra base militar deixou 9 civis mortos. Presidente russo afirma que ação foi baseada em 'pretextos inventados'. Moscou reforçará defesa aérea do Exército sírio

O Fato com Agência

MOSCOU — O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou o bombardeio dos Estados Unidos contra uma base militar na Síria uma "agressão contra um Estado soberano", baseada "em pretextos inventados", informou o Kremlin nesta sexta-feira. Em uma mudança de postura em relação ao regime de Bashar al-Assad, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o bombardeio na noite de quinta-feira em retaliação ao ataque químico que matou mais de 70 pessoas em uma cidade controlada pelos rebeldes no Noroeste da Síria. De acordo com o Exército russo, apenas 23 dos 59 mísseis lançados pelos EUA atingiram a base aérea síria, deixando nove mortos — incluindo quatro crianças. Esta é a primeira agressão direta dos EUA contra o governo de Assad em seis anos de guerra civil.

"O presidente Putin considera que os bombardeios americanos contra a Síria são uma agressão a um Estado soberano, que violam as normas do direito internacional", declarou o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov, afirmando que a ação foi baseada em "pretextos inventados". "Esta ação de Washington causa um dano considerável nas relações russo-americanas, que já se encontram em um estado lamentável".

Segundo Peskov, a ação cria sérios obstáculos para a constituição de uma coalizão internacional para lutar contra o terrorismo. O porta-voz negou que o Exército sírio possua reservas de armas químicas, recordando que a destruição do arsenal químico de Damasco foi verificada por organizações internacionais.

Para o presidente russo, "os ataques americanos na Síria são uma tentativa de desviar a atenção da comunidade internacional das numerosas vítimas civis no Iraque" em razão dos ataques aéreos contra o grupo Estado Islâmico em Mossul, onde dezenas de civis foram mortos no final de março.Depois do bombardeio, o porta-voz militar russo disse que Moscou reforçará as defesas aéreas do Exército sírio. Em outra reação ao ataque, a Rússia decidiu suspender o acordo assinado com os EUA para evitar incidentes com aeronaves dos dois países na Síria — ambos combatem o Estado Islâmico no território sírio.

"A fim de proteger a infraestrutura síria mais sensível, uma série de medidas será tomada o mais rápido possível para fortalecer e melhorar a eficácia do sistema de defesa aéreo das Forças Armadas Sírias", disse o porta-voz Igor Konachenkov.

A agência de notícias estatal da Síria informou que o ataque à base área síria, perto da cidade de Homs, matou ao menos nove civis, incluindo quatro crianças, e atingiu nove aviões sírios. Segundo a Sana, os civis foram mortos em vilarejos perto da base aérea. Mais sete pessoas ficaram feridas e casas na região foram severamente danificadas.


Os militares sírios chamaram o ataque de “agressão descarada” e disseram que a ação tornou os Estados Unidos um “aliado” de “grupos terroristas”, incluindo o Estado Islâmico.

O local atacado pelos mísseis dos EUA - Editoria de arte

O ataque levou os Estados Unidos a confrontarem diretamente a Rússia, que tem forças militares no terreno ajudando seu aliado próximo Assad, e foi apoiado por países ocidentais.

O presidente da França, François Hollande, disse nesta sexta-feira que a "resposta" dos Estados Unidos na Síria após o ataque químico deve "agora prosseguir em nível internacional".

— Considero que esta operação foi uma resposta — disse Hollande. — Agora, deve prosseguir em nível internacional, se for possível no âmbito das Nações Unidas, para que possamos sancionar Bashar al-Assad e evitar que voltem a ser utilizadas armas químicas.

O GLOBO

 

 


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